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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Não sei o que foi aquilo...







Sabe, hoje me veio à cabeça uma lembrança meio mórbida, daquelas que a gente quer apagar da memória. No entanto dessa lembrança ficou um fato intrigante que até hoje eu lembro.
Segue o acontecido:

Era uma tarde amena, nem sei se era primavera ou início de verão, só lembro que o céu estava azul e o sol escondia seu rosto de quando em vez entre as nuances de nuvens.
O momento não era nada bom, nem propício para risos, mas era real e dele ninguém vai escapar.

Eu estava à beira de um túmulo aberto onde seria enterrado uma pessoa que eu nem tinha amizade, eu estava lá porque  ele era um parente distante do meu marido.

Perto de mim estava uma cunhada minha que também já não está mais entre nós. Estávamos as duas de braços dados, esperando a urna descer, junto com  mais um montão de gente em volta.
Imaginem que quando os coveiros baixaram de vez a urna dentro da sepultura subiu imediatamente um aroma de flor.
 Um perfume que eu nunca tinha sentido antes. O mais assustador é que só eu e minha cunhada sentimos. Nesse momento nos olhamos espantadas e perguntamos as duas juntas: -"Você sentiu?
Começamos então a perguntar para algumas pessoas que ali estavam perto da gente e ninguém sentiu nada. MEEEEEEDOOOOOOOO!

E acreditem ou não, enquanto a sepultura não foi fechada o perfume continuava em nossas narinas e o resto do povo querendo sentir o cheiro e nada. Depois alguns creram outros não, mas nós duas sabíamos que o perfume subiu daquela cova.

Depois que as coroas foram colocadas sobre o túmulo e todos foram se afastando, nós ficamos ali, eu e minha cunhada querendo entender... Mas os mistérios não se entendem, apenas acontecem.

Depois de alguns anos eu tive um encontro com essa minha cunhada, que eu considero encontro de almas, que depois eu conto.


sábado, 24 de agosto de 2013

Uma Imagem - 140 Caracteres - 18ª Edição

Projeto Cultural sob a criação de Christian Louis



IN NATURA

Sou pele, sal e desejos. Tudo banhado em água de rosas à espera de  nova semente que brotaria uma fêmea de asas... (talvez).




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Série Minicontos - 3ª Mostra



Yes, Party!



Para Silvana Haddad

Tudo era néctar num oceano de seda. As manhãs já vinham anunciando arco-íris e claras de sol no rosto dourado da memória.
O terreno era fértil e floriu rapidamente, derramando marés invertidas, revelando o talento lapidado resgatando estrelas que povoam retinas cibernéticas. E em meio a toda distância entre uma e outra tela fria, há bosques com bocas de jasmim que cantam a felicidade dos devaneios.
Ocasos e auroras iluminam a ponte de tantos corações que passeiam em sutilezas outras, no elo duplo - no pique pique das horas: UM ANIVERSÁRIO.

Silvana & Amigos!








Céus, Cores e Canteiros
Para Chica



Quisera que as tulipas fossem azaléias, quando na verdade eram somente sementes.
As nuvens se abriam e os pássaros traziam na boca muitos ninhos que bebiam os céus, céus de todo o mundo. Enquanto na terra caminhava tranquila a mais linda das alvoradas, talvez uma pequena, uma  menina... A sensível Joaninha!




Para quem quiser ler outros Minicontos/homenagens acesse

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5061008411094711727#editor/target=page;pageID=614293602527473666

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TE CONTEI? BC do blog(Edição 21) - Os Pequenos Prazeres da Vida

Pessoal, olha eu aqui participando de mais uma BC - acho que estou ficando viciada rsrs....
Essa é do blog da Etienne





Bom, eu tenho VÁRIOS pequenos prazeres, escolhi este só pra ilustrar a blogada,e dizer que é um de meus preferidos.
Segue mais abaixo outros pequenos prazeres meus!



 


"Livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores."

(Charles W. Elliot)

Pequenos Prazeres OUTROS da Lu C.

*passear na areia da praia ao por de sol
*passar por uma estrada ladeada por flores
*dividir um bom vinho com meu amor
*comer morangos com chantily
*Almoçar fora com minha filhota
*Escrever uma nova história
*Arrumar uma  boa mesa para receber meus convidados
*comer pipoca debaixo do cobertor
*dormir com o barulho da chuva...
*comprar sapatos



E  pra quem quiser eu deixo um convite para que vá direto ao Sweet House
Meu bloguinho de casa e mulherzices. Deixei lá umas imagens felizes.

Bacios e meu afeto

Lu C.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pequena Viagem






Olá meus queridos leitores e amigos, saudade de todos!
Fiz uma pequena viagem, mas já estou voltando e a gente se vê e eu conto tudo com fotos.

Meu afeto e até.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

31 de Dezembro de um feliz ano velho


Era o último dia do ano e as músicas napolitanas cantavam em fitas K-7 em meu gravador AIWA.

Vozes masculinas comentavam sobre a corrida de São Silvestre, um privilégio dos homens ( ainda - tão somente).

Os engradados de cerveja eram retirados do carro e as garrafas (bem lavadas), coisa da minha mãe, claro, tomavam acento na geladeira.

Eu  e o Afonso, meu primo mais velho, ríamos de nossas brincadeiras infantilizadas em nossa juventude bendita e santa. Brincadeiras estas que felizes, repousam no convés do passado em marés distantes. Ah, quanta saudade!

Minha avó e minha mãe compunham um dueto a quatro mãos na confecção dos quitutes que fartariam nossa mesa no réveillon  de um ano velho que insistia em ficar idoso, mesmo antes de nascer. (coisa esquisita isso , não?)

Logo mais chegariam minhas tias e a “primaiada” ficaria completa.

Meu pai quebrava nozes em nosso bale particular e meu avô ajudava no esvaziar das garrafas de cerveja. Meu tio mais novo chegava (esbaforido), carregando o moisés com a mais nova integrante da família, a prima Claudinha.

Eu, um tanto ansiosa , em meus 22 anos, espiava de quando em vez ali pela janela da sala, pra ver se meu namorado apontava lá na esquina.

As iguarias iam sendo enfileiradas na mesa e no balcão da cozinha.

Se eu quisesse agora, poderia ouvir e ver ,(como ouço e vejo), as vozes, os sorrisos, os abraços, a felicidade, o amigo secreto com mico e tudo se alguém errasse ... E de fundo o assobio do meu velho avô e suas cançonetas napolitanas...

A torta de salame e queijo branco (tradição da família) saía do forno, garbosa, exibindo aquele aroma italiano do orégano.

O tender e os frangos de leite que só minha avó sabia temperar, coser e decorar eram colocados em bandejas no centro da mesa e tudo ia sendo rabiscado com o giz do amor e da união. Tudo isso se aglomerava às sobremesas inesquecíveis da tia Isaura e as decorações surreais da tia Lia.

Os gritos dos primos mais novos que corriam na folia da infância juntavam-se com as gargalhadas dos adolescentes e como em uma moldura ficavam estampadas nas paredes  da casa de pastilhas verdes que tudo viam e registravam.

Nós nem nos importávamos com o tempo, esse vilão ladrão de idades ,que nos assaltaria em silêncio juntamente com o destino pregando-nos peças sem pedir licença ano após ano. Desenhando traços em nossos rostos, colorindo de paz alguns fios de cabelo, desabrochando rosas e murchando tantas outras.

Com esse tal de tempo a modernidade cresceu tornando-se uma moça soberba e lúdica, de olhar horizontal  e mãos carpideiras. Suas ideias foram tomando conta do tempo e, das “velharias” fez  retalhos, que guardou em  algum cofre sepultado pelo chumbo ardiloso do esquecimento.

Essa moça, ( a tal Modernidade), trouxe com ela um filho chamado Progresso que teve uma filha chamada Tecnologia. E essa “família” furtou de certa maneira os valores outrora ensinados. Devo me lastimar? Acho que não, porque assim caminha a humanidade  disse alguém em algum dia, a passos de formiga e sem vontade(...)

Adeus ao admirável mundo novo...

By Lu C.

Em tempos outros

 

 

 

 

O Encontro de Sinhazinha com o Novelo de Lã








O Satélite Púrpura Cintilante era uma das pequenas luas de Lustron e ali existiam bases/colônias protegidas por cúpulas transparentes onde o oxigênio vinha dos bosques naturais criados pelos sobreviventes que embarcaram do planeta Terra já esgotados em seus recursos.
Sua atmosfera não era respirável, porém havia água  potável no planeta e seus habitantes aproveitaram-na para viver e sobreviver.

Conta-se que um dos sobreviventes possuía poderes extra sensoriais e domava borboletas que obedeciam ao seu comando. Sendo assim ele construiu um enorme viveiro que de tão colorido era atração especial entre os colonos.





Quando Sinhazinha chegou, ele veio recebê-la no angar principal que também era seu lar. A moça chegou tímida, meio desconjuntada e zonza , talvez tenha tomado uns tragos durante a viagem porque essa garota adorava uma cachacinha . Vendo o estado dela o domador de borboletas logo a reanimou com o elixir da alegria e daí por diante ela começou a rir e a sorrir a toa.

Depois de instalada em seus aposentos, Sinhazinha começou a escrever uma longa carta a seus pais (que nunca seria entregue) e ali ela choramingava e dizia não saber o que seria de sua vida dali por diante.






Quando se fez noite, o estranho homem que era mágico entrou no aposento  da moça , que repousava.E logo viu o manuscrito ao lado dela.  Ele  era perverso e acabou por roubar a carta, lendo e destruindo em seguida.

Os meses foram se passando e Sinhazinha já habituada com sua nova vida colhia flores de colibri ali mesmo em seu pequeno jardim lembrando de seus pais que nunca a visitaram e  procurando se distrair com seu trabalho para com as  crianças das colônias. Ela tornou-se uma contadora de histórias e também as ensinava a ler e escrever e a tecer rendas com a lã que nascia fora das cúpulas. Aquilo lhe causava grande estranheza, mas pouco importava se tudo ali parecia um milagre como sempre dizia sua mãe sobre as coisas que ela não entendia.





Em uma tarde sob um céu lilás, Sinhazinha encontrou com uma borboleta que caminhava em sua direção. Ela tinha pernas de bailarina e usava saltos. Seu corpo era esbelto e exibido porque ela adorava ostentar suas asas, que enormes, brilhavam como pisca pisca.

A moça levou um susto e ficou ali parada, com seus olhos esbugalhados e as penas bambas e nos pensamento uma pergunta: Borboletas podem andar? Seria milagre ou mistério (palavra sensinada por seu pai para designar elementos e situações  que causavam medo).

Ao chegar perto, a borboleta falou:- Ohhh... Esse foi outro susto, bem maior que o anterior.... Dizendo:
- Olá Sinhazinha, eu sou a Senhora de todas as Borboletas e também sou eu que crio os canteiros de lã.
-Ahh, sim?
-Mas tenho um segredo e vou contar a você ... De tempos em tempos sou borboleta, já outros sou Novelo de Lã ,e assim vivo minha vida.

Sinhazinha olhou-a com nojo e desprezo achando-a muito arrogante, mas mesmo assim depois de um tempo tornaram-se amigas.
 Um dia , Novelo de Lã que era Borboleta (as vezes), a presenteou com um balaio e dentro dele havia um gatinho chamado Lusco Fusco.





Os três personagens viveram ali por muito tempo, descobrindo que o senhor dos viveiros era um impostor e que o verdadeiro cultivador tinha sido exilado para a outra lua de Lustron. elas ficaram muito irritadas com esse homem de olhar sinistro e com  voz de sarcófago. Então resolveram abrir o bico e contar pra colônia toda quem era esse abestado. Sendo assim, ele foi exilado e colocado no lugar de Mister Boommer , o verdadeiro senhor dos viveiros.





Depois do resgate, Mister Boommer começou a semear os campos dentro das cúpulas e ali em algum lugar especial nasceu o Cajueiro.
Sinhazinha e o Novelo de Lã ficaram encantadas com essa árvore que as vezes chorava de noite, olhando as estrelas.






Quando chegou o verão cintilante, o Cajueiro deu frutos. O Novelo de Lã virou borboleta  de vez, e Sinhazinha teve um filho.









sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quem é o personagem?





 
Sigo pela estrada.

  Cansada e com fome, persigo o caminho para minha nova moradia. Um chalé, que pertenceu à minha avó, e que fica em um dos inúmeros vilarejos de Stanford.

Olho no horizonte vendo prenúncios de chuva, talvez ela ocorra quando eu já estiver instalada preparando uma sopa.

 

Na beira da estrada encontro pessoas despreocupadas, acompanhadas de cães que junto com as crianças correm nas pradarias, enquanto eu fujo do meu passado.

 

Antes de fazer a próxima curva, avisto uma igreja muito antiga, meio devastada pela ação do tempo que insiste em ser implacável. Dentro de seus domínios, existe um cemitério, com lápides antigas, inscrições meio apagadas;  estaciono e meu olhar percorre bem devagar aquele lugar ... Antes não tivesse feito isso!

 

Quando chego bem perto, consigo ler com dificuldade,  o final de um nome...

Mery... *1920 -#1990. Lágrimas descem e o fim de tarde anuncia trovoadas.

 

Quando me viro para voltar ao carro, vejo um vulto, que entra rapidamente na igreja. Meu coração, aos pulos, tenta sair pela boca enquanto caminho em direção às escadarias do templo.
 


 

  • Quem seria o vulto que Lys viu entrar na igreja?
Arrisque seu palpite, vale a imaginação!



     

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Uma Imagem - 140 caracteres - 17ª Edição



Transparência

Era tudo feito de nanquim: a cidade, a janela, o ar e o vidro. No entanto dentro de mim
outro líquido desenhava a vida.


Projeto criado por Chris V. Louis do blog
Escritos Lisérgicos




domingo, 4 de agosto de 2013

A Orígem de Sinhazinha

A Orígem de Sinhazinha - O Pesadelo e a Viagem

 


 


Naquela manhã, misteriosamente o sol que veio iluminar o dia de Lustron foi o  violeta, e no quarto de Sinhazinha ouviam-se gritos de pavor. Seus pais correram para lá e a viram sentada na cama, peito arfando com a face lívida e os olhos meio esbugalhados.

Sua mãe correu em sua direção pedindo calma a ela enquanto o pai trazia em taça de cristal o sumo da tranquilidade, que ela sorveu num gole só. Em seguida contou aos pais que teve um sonho muito ruim e que estava com medo. Nesse meio tempo ela olhou pela janela e viu o sol violeta achando que ainda era noite e sonolenta deitou-se.

Seu pai lhe perguntou se ela não iria se levantar porque já se fazia dia.
A moça com olhar assombrado indagou sobre o sol rosado e seu pai lhe explicou que de tempos em tempos havia uma mudança astral nas esferas dos satélites de Lustron que potencializava o sol violeta, encobrindo o rosado.

A mãe por sua vez, supersticiosa, dizia que os homens de areia acordavam e em marcha de guerra atacariam o lado vital do planeta, onde eles viviam em suas colônias.

Ouvindo isso, Sinhazinha gritou novamente e disse aos pais que havia encontrado esses homens de areia e que tinha andado entre eles. Contou também como eram disformes e amedrontadores.

Seu pai ralhou com as duas porque isso era bobagem e que no lado sombrio de Lustron não existia vida, só tempestades hialurônicas com raios fulminantes.

-MAS EU VI, PAPAI... EU VI! HAVIA MUITOS, E QUANDO EU ESTAVA VOLTANDO PARA A FLORESTA ORGÂNICA, UM DELES SAIU DO LUGAR E ENTROU NA CAVERNA.

Sua mãe a abraçou dizendo:Você teve um pesadelo e sua mente criou tudo isso. Teu pai é o grande culpado porque vive dizendo pra você  NUNCA pisar nas montanhas arenosas. Fique calma.




Depois desse episódio,a moça nunca mais foi a mesma e seus pais decidiram então envia-la para o satélite Púrpura Cintilante, onde havia criações de borboletas terrestres. Ali ela faria sua vida.
Assim sendo, Sinhazinha embarcou para seu futuro, rumo ao encontro do Novelo de Lã.





Nos próximos episódios:

O Encontro de Sinhazinha com o Novelo de Lã


A Semente do Cajueiro


A Trilogia -  Epílogo


By Lu Cavichioli

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Orígem de Sinhazinha

 A Orígem de Sinhazinha - O Lado Sombrio de Lustron





No último episódio, conhecemos a moça que nasceu em Lustron e como ela se tornou uma princesa dos Novos Tempos.
Relembrem:

http://www.escritosnamemoria.blogspot.com.br/2013/07/a-origem-de-sinhazinha-noite-lilas.html


Impetuosa e renitente, a moça em questão desobedeceu as ordens de seu pai e um desses dias de sol rosado, ela tomou coragem e trilhou a Floresta Orgânica criada através do Laboratório Estufa I.
Ao fim  dessa floresta o solo era somente areia e pedregulhos e além disso os dois sóis que banhavam o planeta não derramavam seus raios por lá.

O céu tinha a cor da areia e havia sombras de rochas por todos os lados. Sinhazinha chegou por lá ao meio dia, pensando em sua inocência que o sol rosado fosse alagar de alegrias as terras arenosas, posto que não acreditava nas histórias folclóricas do pai. Contudo a moça insistiu e teve uma surpresa nada agradável.
A região era repleta de estátuas que tinham  forma humanóide, mas ao observar de perto ela chegou a uma conclusão de que não eram como ela e seus pais.

A cabeça  era pequena e  quase não tinham pescoço. O tronco era proeminente e os membros superiores curtos e  as mãos possuíam apenas e dedos, finos e sem unhas.
Sinhazinha torceu o nariz e teve náuseas. Mas mesmo assim continuou sua minuciosa observação.
Os membros inferiores eram de escamas e os pés pareciam com os dos pássaros , aqueles enormes, que sobrevoavam o lado iluminado do planeta. Eram enrugados e como garras apresentando unhas curvadas e afiadas.

A moça passeou entre a infinidade de estátuas olhando uma a uma e viu logo atrás delas cavernas obscuras. Parou, observou e estranhou peguntando-se qual a utilidade destas. E o que seriam essas estátuas: Deuses distantes e petrificados? Talvez...
Montanhas compunham o cenário e ela foi mais perto e as tocou. A princípio levou um susto, porque eram arenosas também e desfaziam-se entre os dedos. No entanto sua aparência era sólida. Coisa estranha... Mas como Sinhazinha era Lustrense acabou achando normal. Ela só lamentou não haver nenhum verde por ali e balançando a cabeça , abaixou seu olhos um tanto penalizada. Então caminhou novamente por entre as estátuas, indo para a trilha que a levaria de volta.

Quando estava dando seu último passo nas areias misteriosas ela ouviu um som parecido com um grunhido.Parou e olhou por cima dos ombros e qual não foi seu assombro quando viu entrando na caverna aquela primeira estátua que observou. Sentindo um certo pavor, apressou os passos sem olhar pra trás e logo depois começou a correr por entre as folhagens cheirosas e benfazejas recebendo com prazer em sua pele os delicados raios do sol rosado.

Chegou ofegante sentando-se em frente à sua casa, pedindo água pra sua mãe que estranhou seu comportamento e logo quis saber o motivo.
Sinhazinha balançou a cabeça negativamente dizendo que tinha encontrado um dos pássaros gigantes andando sobre as plantações.

Quem seriam as estátuas? Talvez nunca saberemos... A não ser que
 houvesse um contato de terceiro grau com as mesmas.
Será que nossa Sinhazinha teria essa coragem?
Vai saber...