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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Leninha em :Sensações Amargas





No episódio anterior vimos que Leninha fora expulsa de casa pela própria mãe.
Ao chegar em sua casa o medo tomou conta de seu corpo e mente  e ela refugiou-se em seu quarto, enquanto seu marido trazia o bebezinho e todas as coisas que lhes pertencia.

Quando deu por si, Leninha esta vomitando no banheiro de fora com a porta trancada. Seu marido a chamava , mas ela não respondia. Até que depois de muito insistir ela abriu a porta com o rosto desfigurado, lágrimas pela face e sem forças disse ao marido:

-Estou com medo, me ajude...
- O que você tem, porque está assim?

Felipe ficou olhando pra ela tentando entender o que acontecia, enquanto a levava pelo braço (carinhosamente) até seu quarto, onde repousava no carrinho , Ana Clara.

Leninha não conseguia cuidar da bebê e chamou pela avó, e foi assim que Nitinha, (apelido carinhoso dado por Leninha à sua avó), veio passar uns tempos em sua casa para ajudá-la. Um anjo que Deus colocou em seu caminho.

D. Nitinha fazia tudo, até dava mamadeira de madrugada porque Leninha não queria amamentar.
Fazia comida, cuidava da roupa e da casa, até que Filipe contratou uma diarista porque a vózinha não estava dando conta.

Leninha só chorava, vomitava, não conseguia comer... De 60 kg na gravidez, rapidamente caiu para 48. Tinha mau hálito constantemente, cólicas intestinais, insônia e toda sorte de somatizações justamente por causa da depressão pós parto. Até que numa tarde, seu marido a levou para uma psicóloga e lá foi ela fazer a tal terapia que de pronto em nada ajudava.

Em um domingo pela manhã, sua avó estava na cozinha, Ana Clara dormia e Filipe estava jogando bola com os amigos. Leninha viu-se tomada de um desespero e saiu pela rua sem rumo. Foi andando pelo bairro, assim como se não se importasse com mais nada.

Quando Filipe chegou e perguntou por ela, D. Nitinha ficou apavorada porque não a tinha visto até então. O marido entrou no carro e saiu na disparada pelas imediações para ver se a encontrava, até que a viu andando, meio cambaleando umas 3 ruas acima da sua, do outro lado da avenida.
Ele parou o carro, abriu a porta e a chamou:

-Ei amor, aonde vai? Entra no carro, vamos!

Ela continuou a caminhar sem nada dizer.
Ele parou o carro, a pegou pelo braço, fazendo-a entrar.

-Onde você estava indo, quer nos matar de aflição?

Leninha estava fora do ar, e sem se importar respondeu:

-Estava só andando...

Quando chegaram em casa, sua avó a abraçou dizendo:
Onde foi que você se meteu??? Saiu de casa sem me avisar, quase fiquei louca!
- Minha querida porque você chora tanto?? Sente falta da tua mãe né?

-Não sei vó, acho que sim... Sinto-me muito infeliz... queria me atirar da janela e jogar a bebê também.

Sua avó arregalou os olhos colocando a mão no peito num gesto de mal estar.

-Você não pode continuar assim,o que você quer que eu te faça?
-Não tem nada pra fazer vó, eu tenho muito medo.

Assim os dias, as semanas foram se passando até que D. Nitinha disse que ia voltar pra sua casa , porque o vô Nicola estava lá e precisava dela. E assim foi.

Felipe tentava conversar com Leninha explicando a situação. Ela até entendia que sua avó precisava voltar, mas o que ela não entendia era porque tinha que ficar ali, com aquele pavor e aquela bebê que ela não sabia direito o que fazer.

Passou o fim de semana e chegou a temida segunda feira em que Felipe teria que voltar ao trabalho.
Esse dia seria o pior na vida de Leninha até agora, ainda bem que Deus estava na vida dela, senão eu nem sei o que teria acontecido.

(...) continua




2 comentários:

  1. Tu, como sempre, nos prendes em teus escritos! Lindo! bjs, ótimo feriadão! chica

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  2. Que horror, Lu! A dor dessa moça era grande demais e nem com sua mãe podia contar. Muito triste! Bjs.

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